O Brasil não sabia, mas em 1961 começaria um verdadeiro império santista no futebol Brasileiro.
Taça Brasil de 1961
Em relação à Taça Brasil de 1960, houve o acréscimo de uma equipe. Além dos 17 representantes estaduais, o torneio contou também com a participação do Palmeiras, campeão do ano anterior. Os times eram os seguintes:
Participantes
Time | Estado que representou |
ABC | Rio Grande do Norte |
America | Guanabara (atualmente Rio de Janeiro) |
Bahia | Bahia |
Campinense | Paraíba |
Coritiba | Paraná |
Cruzeiro | Minas Gerais |
CSA | Alagoas |
Fonseca | Rio de Janeiro |
Fortaleza | Ceará |
Grêmio | Rio Grande do Sul |
Metropol | Santa Catarina |
Moto Club | Maranhão |
Náutico | Pernambuco |
Palmeiras | São Paulo |
Remo | Belém |
Santa Cruz | Sergipe |
Santo Antônio | Espírito Santo |
Santos | São Paulo |
Regulamento
A sistemática adotada pela CBD (Confederação Brasileiro de Desportos, antecessora da CBF) foi a mesma do ano anterior. Os times eram divididos em 4 grupos (Nordeste, Norte, Leste e Sul), que levariam os primeiros colocados à disputa dos títulos da Zona Norte e Zona Sul. Posteriormente, nas semifinais, os campeões das Zonas se juntariam aos representantes de São Paulo e Pernambuco, inscritos diretamente nessa fase.
O Bahia conseguiu se sagrar campeão da Zona Norte depois de uma final sem muitas dificuldades contra outro time do seu próprio grupo, o Fortaleza. O placar agregado a favor do tricolor de aço foi de 5×2, com uma vitória por 2×0 e outra por 3×2.
Pela disputa do título da Zona Sul, o América, do Estado da Guanabara, conseguiu eliminar o então campeão Palmeiras e garantiu a vaga na fase final. Mas aqui a disputa foi um pouco mais apertada: um empate por 1×1 na primeira partida e uma vitória por 2×1 no jogo de volta.
Em seguida, Bahia e América, enfrentaram Náutico e Santos para decidir quem chegaria à grande final.
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Semifinais
Pela semifinal envolvendo os times do nordeste, muita disputa. Bahia e Náutico fizeram um primeiro jogo bastante truncado que terminou sem gols. Na segunda partida, apenas a vitória interessava às duas equipes e o Bahia conseguiu a vitória sobre os pernambucanos pelo placar mínimo.
Na outra semifinal, o Santos passou, mas com um susto no meio do caminho. Depois de golear o America por 6×2, o Peixe foi ao RJ e, por incrível que pareça, perdeu por 1×0. Na terceira partida, contudo, deu a lógica novamente e o resultado foi outra impiedosa goleada santista.
Finais

Primeiro jogo
A primeira partida foi realizada no estádio da Fonte Nova, em Salvador, no dia 22 de dezembro de 1961. Um bom público, um pouco mais de 40 mil pessoas, esperava para apreciar o espetáculo. E o Santos logo mostrou ao que veio: com 3 minutos de bola rolando, Coutinho abriu o placar e jogou a responsabilidade para o tricolor de aço.
Depois de um primeiro tempo nivelado, o Bahia voltou para o segundo tempo buscando o gol do empate e ele não demorou a sair. Aos 8′, Marito marcou e o placar permaneceu igual até o apito final. 1×1.
Escalações:
- Bahia: Nadinho; Hélio, Henrique e Florisvaldo; Vicente e Pinguela (Antoninho); Nilsinho, Alencar, Didico, Mário e Marito.
- Santos: Laércio; Lima, Mauro e Dalmo; Calvet e Zito; Dorval, Tite (Mengálvio), Coutinho, Pelé e Pepe.
Segundo jogo
No Pacaembu, a história foi bem diferente. Com um empate na primeira partida, bastava uma vitória simples para que uma das duas equipes se sagrasse campeã.
Jogando em casa, o Santos colocou o Bahia na roda e mostrou toda a sua superioridade com a bola nos pés. Aos 24 da primeira etapa o Pelé abriu o marcador e aos 30 ampliou a vantagem; um minuto depois, o Rei tratou de colocar a bola no fundo da rede mais uma vez. Aos 33′, Coutinho fez seu primeiro e o quarto do peixe na partida.
Com o resultado já garantido, o Peixe tirou o pé do acelerador e controlou o jogo, mas ainda tinha espaço para mais um. Coutinho, aos 60, marcou o quinto do Santos e o seu segundo tento na partida. O Bahia conseguiu descontar com Florisvaldo no último minuto de jogo, mas já não adiantava mais.
Assim, o Santos levou o primeiro dos 5 títulos seguidos que conquistou na década de 1960.
Escalações
Santos: Laércio (Silas); Lima, Mauro (Olavo) e Dalmo; Calvet e Zito; Dorval, Tite, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula
Bahia: Nadinho; Helio, Henrique e Florisvaldo; Vicente e Pinguela (Antoninho); Nilsinho, Alencar, Didico, Mario e Marito.
Equiparação
Em 2010, a CBF reconheceu os títulos da Taça Brasil e da Taça Roberto Gomes Pedrosa como equivalentes ao Campeonato Brasileiro. Assim, o Santos passou a ser octacampeão no Brasil.