Dois anos depois de o Inter se juntar ao grupo das equipes campeãs do Brasileirão, foi a vez do São Paulo levantar, pela primeira vez, a taça do campeonato nacional
Formato
Com um número absurdo de equipes por conta da interferência do governo ditatorial no futebol brasileiro, a edição teve um total de 62 times participantes. E até que se conhecesse o campeão, tivemos quatro fases eliminatórias, além de semifinais e final:
Primeira fase
- Quatro grupos de 10 clubes e dois grupos de 11 clubes
- Todos contra todos
- Turno único
- Cinco melhores de cada grupo passavam
Segunda fase
- Seis grupos de cinco times
- Todos contra todos
- Turno único
- Três melhores de cada grupo passavam
Repescagem
- Seis grupos: quatro de cinco clubes e dois de seis
- Todos contra todos
- Turno único
- O campeão de cada grupo voltava para o campeonato
Terceira fase
- Quatro grupos de seis times
- Todos contra todos
- Turno único
- O campeão de cada grupo avançava para as semifinais
Semifinais
- Ida e volta
- Vantagem do empate para a melhor campanha
- Sem gol qualificado
Final
- Jogo único na casa do time com melhor campanha
- Empate no tempo normal = prorrogação e pênaltis
Campanha do Campeão
O São Paulo, na primeira fase, ficou atrás apenas do seu rival alviverde no grupo B. O tricolor conseguiu uma campanha muito razoável com seis vitórias, dois empates e uma derrota – o que era esperado, visto que o grupo tinha times muito fracos na época, como Botafogo-PB, CRB e Treze-PB.
Na segunda fase, o tricolor de novo ficou atrás de um paulista, mas dessa vez foi o Corinthians. Em relação à primeira fase, o aproveitamento caiu um pouco (foi 66,6% para 58,3%) e o São Paulo ficou apenas a 3 pontos de distância do Inter, o primeiro time fora da zona de classificação do grupo.
Na terceira fase, apenas o melhor time avançaria às semifinais. Para conseguir a melhor campanha do grupo, o São Paulo deixou para trás Grêmio, Botafogo-SP, Ponte Preta, Sport e XV de Piracicaba. Foram quatro vitórias e apenas uma derrota, que renderam ao tricolor 11 pontos e a vaga na semifinal
Semifinais
Contra o Operário (de Campo Grande), sem muitos sustos o tricolor paulista conseguiu chegar à final. Na partida de ida, o placar foi de 3×0 para o São Paulo e era muito difícil que o Operário conseguisse reverter a desvantagem. No jogo de volta, o São Paulo até perdeu, mas foi pelo placar mínimo, o que não era suficiente para o clube sul-mato-grossense.
Final
O adversário da final era o Atlético-MG, que tinha uma equipe absurdamente forte com uma campanha arrasadora de 17 vitórias e apenas três empates (somou mais pontos que o próprio São Paulo). Como o regulamento previa que a final seria em jogo único e na casa do time de melhor campanha, o jogo no Mineirão ainda tornaria a vida do tricolor mais difícil. Definitivamente, não seria fácil derrotar o Galo de Minas Gerais.
Com a bola rolando, nada de gols. Os times até se propuseram a buscar o gol, mas ninguém conseguiu balançar as redes. Na prorrogação, o 0x0 insistiu em continuar no placar e, pela primeira vez, o campeonato foi decidido nos pênaltis..
- Toninho Cerezo (Atlético-MG): perdeu
- Getúlio (SP): perdeu
- Ziza (Atlético-MG): gol
- Chicão (SP): perdeu
- Alves (Atlético-MG): perdeu
- Peres (SP): gol
- Joãozinho Paulista (Atlético-MG): perdeu
- Antenor (SP): gol
- Márcio (Atlético-MG): perdeu
- Bezerra (SP): gol
Nas penalidades, o placar final foi de 3×2 para o São Paulo. Mesmo com João Leite pegando as duas primeiras cobranças do São Paulo, o Galo tomou a virada e conseguiu a façanha de ser vice-campeão sem perder um jogo sequer.
Pelo lado tricolor, também houve uma façanha: Rubens Minelli, o treinador, tinha sido bicampeão pelo Inter nos anos de 1975 e 1976. Com o título do São Paulo, foi o primeiro comandante a ser tricampeão seguido no Campeonato Brasileiro.